Bolo de Creme Esmigalhado

Foi no dia 4 de Agosto.

O aniversário da minha mãe.

Desde que deixei a Itália, ela vê-me de 3 em 3 meses. Talvez seja apenas desde então que me tenho sentido um pouco indisposto.

Não é tristeza, é a sua forma de me fazer saber que sente a minha falta.

Eu costumava passar muito mais tempo com ela. Pelo menos uma vez por semana, visitava-a e passava um dia com ela.

Eu não queria que ela passasse um dia tão especial sem mim.

Eu tinha de fazer alguma coisa.

Algo que a iria surpreender.

É por isso que, depois de reservar o meu voo, organizei um evento surpresa combinando com o meu irmão e a minha irmã. Não nego que no início a ideia era levá-la a jantar, mas conhecendo a sua curiosidade, não teria sido fácil distraí-la.

Por isso, tal como nos velhos tempos, organizei-a em sua casa.

Encontrámo-nos todos à hora do almoço, cada um de nós com um conjunto de pratos prontos, para que ela não tivesse de fazer nada.

Claro que apareci com a sua sobremesa favorita: o meu bolo de nata esfarrapada.

Ao colocar a mesa no terraço, com a toalha de mesa vermelha e branca, os pratos brancos com cerejas e os copos azuis, ela olhou para mim com entusiasmo.

Ela estava feliz por me ver e ter-me com ela.

Ela queria, quando criança, que eu me sentasse ao seu lado.

Mas, o auge da sua felicidade foi no momento da sobremesa.

Podia ter posto velas com números no bolo mas, conhecendo-a, sabia que ela não ia gostar deles, por isso fui em frente e coloquei-lhe uma única vela cor-de-rosa.

Bem, escusado será dizer que, ao rebentar com ela, ela tinha lágrimas de felicidade nos olhos.

Felicidade que depois se transformou num riso partilhado, pois, enquanto soprava para apagar a vela, algumas migalhas voavam na nossa direcção, tirando a sua fotografia.

Escusado será dizer que, uma vez cortada em 10 minutos, foi devorada.

Só ela comeu mais de metade.

E ela teria comido mais se não lho tivéssemos tirado.

Se quiser saber como o fiz, clique aqui:

Ingredientes:

  • 300 gr de bolachas secas sem glúten

  • 150 g de manteiga (eu usei manteiga de coco)

  • pinhões suficiente

  • Açúcar de confeiteiro suficiente

Para o enchimento:

  • 3 gemas de ovo

  • 100 g de açúcar

  • 40 g farinha de amido de milho (Maizena)

  • 500 ml de leite (eu usei leite de coco)

  • 1 vagem de baunilha

Preparação:

Em primeiro lugar, cuidar do creme que irá utilizar como recheio: colocar uma grande panela no fogão e deitar o leite com meia vagem de baunilha para aromatizar, depois levar ao lume.

Como alternativa à baunilha, pode adicionar alguma casca de limão: escolha fruta não tratada e lave-a sempre antes de a utilizar.

Separadamente, com um batedor manual, bater levemente as gemas de ovo com o açúcar refinado.

Em seguida, adicionar o amido de milho um pouco de cada vez e misturar.

Retirar a vagem de baunilha e verter esta mistura para o leite a ferver.

Continuar a agitar para evitar a formação de grumos e deixar o creme engrossar, mantendo a chama baixa.

Uma vez alcançada a consistência desejada, remover do calor, transferir para um recipiente e deixar arrefecer.

Preparar agora a base do bolo: picar os biscoitos numa batedeira e verter a manteiga derretida.

Misturar bem para amalgamar os dois ingredientes e depois deitar cerca de 2/3 da mistura numa forma de bolo articulada de 20-22 cm de diâmetro, com o fundo coberto com papel vegetal.

Com a parte de trás de uma colher, nivelar bem a base, para que fique uniforme e compacta, e depois fazer uma pequena borda em toda a volta.

Depois deixar descansar no frigorífico durante pelo menos 30 minutos.

Verter o creme, nivelar com uma colher e cobrir com a restante mistura de biscoitos.

Deixar arrefecer no frigorífico durante 4-5 horas, antes de servir completo com pinhões e um pó de açúcar de confeiteiro.

O seu bolo sem bolos da avó está agora pronto para ser apreciado!